segunda-feira, 2 de julho de 2012

Todo dia é dia é dia de lutar contra a violência e a morte provocada pelas drogas!

 

LUIZ FLÁVIO GOMES (@professorLFG)*

**Conceição Cinti

Não há comprimido, chá, xarope, injeção, pastilha, gotas, supositório, adesivo, fisioterapia, acupuntura etc. que por si só traga a cura ao Dependente de Substâncias Psicoativas. Em outras palavras, a ciência ainda não tem resposta para esse mal, mas as pesquisas continuam incessantes e esperamos por novidades em qualquer momento.
 
Enquanto isso, na prática, os médicos têm usado todos os recursos da psiquiatria e da psicologia para ajudar esse novo tipo de paciente. A velha camisa de força (de pano) foi substituída pela camisa de força química, que imobiliza o dependente evitando mortes e possibilitando seu atendimento emergencial.


O problema é como cuidar desse paciente, após sobreviver à emergência. Sendo do conhecimento público que o tratamento para dependente em SPA é um quesito que ainda desafia a área da saúde, não há consenso sobre qual deva ser a metodologia mais adequada.
 
Entretanto é fato que o Brasil tem, sim, Know How, em tratamento de dependente em SPA desde 1967, quando as denominadas Comunidades Terapêuticas iniciaram o acolhimento e tratamento com êxito a esse segmento e foram as pioneiras nessa área tão complexa.

Precisamos, urgentemente, dar maior visibilidade aos temas: Prevenção e Restauração de Pessoas Dependentes em SPA, com um amplo debate público propiciar ao povo o maior número de informações possíveis sobre estes assuntos, intensificar definitivamente as políticas públicas de prevenção destinadas principalmente aos jovens e de alcance as famílias e as escolas, porque a prevenção no Brasil é pífia, ineficiente, e nós reunimos todas as condições de realizar com êxito um trabalho preventivo operante. Vejamos: a publicidade realizada pelos brasileiros é criativa, inteligente, e muito divertida, o que favorece a fixação das informações.

Alguns dos ícones da propaganda do mundo também estão entre nós. Há verba institucional graúda, específica para essa finalidade, Federal, Estadual e Municipal e mais, já tivemos uma experiência vitoriosa no combate ao vírus do HIV. A vontade política é que faz toda a diferença nessa hora.

Hoje no Brasil temos varias metodologias que vêm sendo utilizadas, em especial pelo terceiro setor, com resultados positivos e que precisam ser respeitadas. Quando o bem a ser protegido se chama Vida, tudo que possa somar para garanti-la com dignidade é bem-vindo!

É urgente a integração entre o Governo e os especialistas sendo esse o primeiro desafio. O combate a essa endemia somente acontecerá com uma perfeita articulação. Após o advento da Lei 11.343, de 2006, que pretendeu conceder identidade digna ao dependente, outrora delinquente, hoje ele deve ser considerado como enfermo, doente, portanto, tutelado não mais exclusivamente pelo Direito, mas pelos cuidados da saúde pública e privada. Essa é uma mudança (jurídica) que precisa ser respeitada (culturalmente).

A participação da Sociedade Civil e da Opinião Pública é um novo paradigma para enfrentar o problema das drogas que hoje está menos centrado nas ações penais para ser mais inclusivo no plano da sociedade e da cultura. As novas políticas devem, dentre outras medidas, contemplar mais estudos científicos e práticas religiosas (que ao longo dos anos tem se mostrado uma excelente parceria) e menos princípios ideológicos.


Esta construção de alternativas é um processo necessário para fazer frente à lacuna da ciência para a cura do adicto, requer um esforço para reunir não só os governos, mas também instituições de justiça e segurança, educadores, profissionais da saúde, lideres espirituais, as famílias, formadores de opiniãoe a imprescindível mídia.
 
Cada país é único e tem suas particularidades e deve enfrentar o desafio das drogas por meio do amplo debate público sobre a gravidade do problema e buscar as politicas mais adequadas à sua historia e às sua cultura.
Sabemos que o problema é complexo e delicadíssimo, mas o Brasil precisa urgentemente encarar essa funesta realidade na certeza de que não é fácil, mas também não é impossível junto e utilizando todo o arsenal necessário vencer o mercado mais lucrativo do mundo e baixar esse patamar inaceitável de violência e morte dos nossos jovens.

Precisamos nos levantar contra a morte, principalmente do infanto-juvenil.


Todo dia é dia de lutar pela vida e contra a violência gerada pelas drogas!

*LFG– Jurista e cientista criminal. Fundador da Rede de Ensino LFG.Diretor-presidente do Instituto de Pesquisa e Cultura Luiz Flávio Gomes eco-diretor da LivroeNet. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito(1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). Siga-me no facebook.com/professorLFG, no blogdolfg.com.br, notwitter: @professorLFG e noYouTube.com/professorLFG.
**Conceição Cinti - Advogada. Educadora. Especialista em Dependentes de Substâncias Psicoativas, com experiência de mais de três década

 

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