*Conceição Cinti
O constrangimento a que foi exposto o ator Fábio Assunção, num momento de total vulnerabilidade, ilustra bem o grau de insensibilidade que estamos vivenciando. Lamentavelmente, vejo isso com muita frequência no meio da sociedade e também no meio da família, é preciso uma reflexão.
O constrangimento a que foi exposto o ator Fábio Assunção, num momento de total vulnerabilidade, ilustra bem o grau de insensibilidade que estamos vivenciando. Lamentavelmente, vejo isso com muita frequência no meio da sociedade e também no meio da família, é preciso uma reflexão.
Nós humanos estamos
perdendo muito da nossa essência. Estamos nos costumando com a indiferença.
Como se ignorarmos o drama do próximo, nos fosse ser de alguma utilidade.
Triste engano!!
Já percorri algumas milhas ao lado de pessoas vitimadas pelo álcool e por outras substâncias químicas. As pessoas não se tornam dependentes por querer; ou não permanecem dependentes por querer. Quem lida nessa área sabe que há toda uma história de vida, que de alguma forma pesa sobre um (a) dependente. Também é preciso abandonar toda espécie de julgamento. As pessoas sóbrias são muito soberbas, e se arvoram na condição de juiz. Pior, desprovidos de qualquer resquício de compaixão e ética, se tornam detentores do direito de esculhambar, e detonar o dependente químico.
Muita covardia dos
sóbrios!! Porque expor alguém sem condições de ampla defesa é fácil, mas
próprio do fraco. E seria de se perguntar: Se você se presta a presenciar fatos
tão deploráveis na vida de um ser humano, e, ao invés de lamentar, orar, fazer
alguma coisa que possa ajudar esse alguém a se levantar, você aproveita para
gravar e comentar numa rede social. Que espécie de gente você se tornou? Não seria
você alguém tão vazio que viciou-se em expor a miséria alheia? Não seria você
também alguém enfermo (do caráter) necessitado, miserável, insensível, e
carecendo tanto quanto a pessoa que expõe?
A Internet foi sim uma
das coisas boas que surgiu. Mas como tudo na vida precisa ser usada com
prudência, e nessa área, a moderação é que irá dar o tom da sanidade.
Os extremos quase sempre
trazem prejuízos. Vejo alguns apenas demonizando a internet. E de fato é
preciso termos cuidado, mas há muita coisa boa para ser comemorada. Tudo vai
depender de cada usuário, das famílias dos usuários menores.
Perceba que a internet é
um instrumento de alcance inimaginável, e através dela você poderá abençoar
vidas. Pense nisso!!
Nunca fale para alguém
que ele é um bêbado, um drogado. Ele sabe de sua condição. Ele está imobilizado
pelo vício, ele precisa é de um braço forte para arrancá-lo de lá. Tudo que um
dependente não precisa é da sua língua maligna para amargurá-lo ainda mais.
Seja boca abençoadora, e
não amaldiçoadora. Muitos pensam que um(a) alcoólatra, um dependente químico,
não sente vergonha da sua condição. Sente sim. Sente muito. Ele não precisa que
ninguém declare o que ele já sabe, ela não precisa da sua acusação. Uma
acusação a mais, nada irá fazer por ele, que não seja amargurá-lo mais
ainda.
Um alcoólatra, um
dependente químico, tem caráter sim. Não tem é força para lutar o próximo Roud
sem ajuda. Seja canal de benção e não de maldição. Conheci e continuo a
conhecer pessoas lindas de alma, lindas por dentro, no meio do lixo, das
cracolândias da vida. Aprendi muito com
eles (elas) e muito do que sou devo a esse aprendizado com o diferente. Esse
aprendizado me faz e me deixa do tamanho que deve ser cada ser humano. E qual é
esse tamanho? Penso que do tamanho do
Senhor Jesus: O de servo, e serva. A vida é linda, e sem perdermos de vista
tudo que Deus nos concede materialmente, podemos e devemos dividir com o
próximo tudo que temos e somos. Há muita cura nessa divisão. Experimente!!
*Conceição Cinti –
Advogada e Educadora. Precursora da Educação Restaurativa. Especialista em
Tratamento de Dependência Química e Delinquência Juvenil, com experiência de
mais de três décadas.
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