quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A MÍDIA TEM FEITO SEU PAPEL (PARTE II)



 
Fonte da imagem: Internet

A mídia tem feito seu papel
 
Parte II
 *Conceição Cinti

O papel da mídia tem sido e sempre será fundamental para nos ajudar a compreender as benesses de sermos mais tolerantes antes de julgarmos as pessoas. Precisamos ouvir mais, nos informarmos, colocarmo-nos no lugar do execrado.
A mídia tem dado a quem deseja a oportunidade de desmistificar a pessoa do dependente e, ou, delinquente juvenil e abre espaço para que essas crianças e adolescentes sejam adequadamente acolhidos e tenham seus direitos assegurados como as demais crianças e adolescentes.
Reconheço que há um desconforto quando precisamos falar dessa categoria de crianças e adolescentes. Por muitos anos essa questão não foi encarada com a prioridade que devia, razão pela qual a situação ainda esta sem controle, o que induz a uma condenação prévia dessas crianças e adolescentes.  Paira sobre essa categoria de pessoas um estigma do mal!
Não estou aqui para negar o prejuízo que a conduta dessas crianças e adolescentes tem causado à sociedade. Mas para juntos refletirmos e adotarmos uma postura pro ativa em favor dessas vidas que consequentemente são as maiores vítima da ausência de políticas públicas operantes na prevenção e na restauração dos muitos males que circundam e minam as chances desses menores ao acesso a uma vida com dignidade.
Há pessoas que só se dirigem aos referidos menores, como sendo gente sem nenhum valor e pedem mais repressão ou até pena de morte, sem antes refletir e conferir o que deveras vem sendo investido em favor dessas camadas mais pobres.
Ouço muitos dizerem que é preciso ser sincero e ser sincero é dizer o que pensam. Então, lançam mão de palavras agressivas, manifestando suas opiniões, que nada constroem e acabam apenas por magoar ainda mais essas pessoas.
A sinceridade é algo completamente diferente, comum às pessoas sensíveis que enxergam além da superficialidade, mas que vaza da alma generosa que deseja enxergar para reparar, restaurar, acolher para tratar, fazer o que precisa ser feito, sem medo de confessar falhas, inadimplências, e coloca todo o foco em se redimir para acertar e curar.
O poder Público precisa ter essa coragem de assumir diante da sociedade civil que nunca fez a lição de casa para com os menores abandonados, em situação de risco, dependente ou delinquentes, tutelados pelo Estado, portanto, a mercês da sua gestão. E a Sociedade Civil precisa entender que para desfrutar de uma melhor qualidade de vida também precisará fazer sua parte nesse dever de casa.
Não dá para continuar com a ilusão que é possível ter o mundo a nossos pés e juntamente com os nossos queridos gozarmos dele plenamente, com tanta intolerância para com os mais frágeis destituídos de qualquer poder. Falhas tão nossas, humanos egoistamente despreparados para repartir com o próximo até uma migalha de pão quanto mais à igualdade e justiça social.
O momento exige mudanças de todos: Poder Público e Sociedade Civil para evitar mais tragédias. Pense nisso!

*
Conceição Cinti - Advogada. Educadora. Especialista em dependentes de substâncias psicoativas. Com experiência de mais de 27 anos no tratamento de dependentes 

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