segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ALÉM DA VIOLÊNCIA EPIDÊMICA...


Fonte da foto: Internet

Além da violência epidêmica diária temos a sazonais provocadas por fenômenos da Natureza!
*Conceição Cinti                  
           
A época das chuvas tem-se transformado também em época de tragédias, dramas que são perfeitamente presumíveis e que poderiam ser evitados se houvesse vontade política por parte dos governantes na implantação de políticas públicas de prevenção. A população de morros ou ribeirinhas, em sua maioria constituída por pessoas de menor poder aquisitivo, com raras exceções, também são as vítimas da violência sazonal. 

Isso significa que além da violência diária há época no ano que o número de vítima aumenta por fenômenos da natureza. Famílias que trabalham arduamente para conseguir o sonho da casa própria e consegue as duras penas levar para dentro do lar um pouco de conforto e, até sentem orgulho em poder presentear a família com um eletrodoméstico novo. Perdem não apenas seus pertences nessas horas de horror, mas também a autoestima, a motivação para começar de novo, a esperança, a saúde física, emocional e o rumo da vida. 

A mídia televisiva mostra sempre o ápice da tragédia depois cada um pega seu rumo. Pouco é divulgado sobre esse traumático impacto sobre a família resultando em desemprego, separação, abandono dos filhos. Onde o emocionalmente mais frágil se torna andarilho, morador de rua, alcoólatra, dependente de substâncias psicoativas, que fragilizados tornam se refém fácil dos criminosos, traficantes e ai instala-se um novo e trágico círculo do qual não conseguem mais sair. 

Farrapos humanos abandonados à mercê da irresponsabilidade de um poder público fraco, negligente, essas vítimas passam a engrossam as estatísticas dos que perambulam pelas ruas ou ancoram nas cracolândias pelo Brasil afora. Cada um carrega sua história particular de vida, cujas causas são comuns a todos: pobreza, abandono, baixo nível de escolaridade itens que os mantém presos para sempre nessa vala de miséria e dor. 

O Brasil nunca levou a sério prevenção. As políticas públicas de prevenção em todas as áreas são incipientes e consequentemente os resultados são pífios. 

*Conceição Cinti - Advogada. Educadora. Especialista em dependentes de substâncias psicoativas. Com experiência de mais de 27 anos no tratamento de dependentes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário