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Falar é fácil difícil é operacionalizar com êxito!
*Conceição Cinti
Uma coisa é falar sobre o assunto drogas apenas de ponto de vista da informação cientifica da teoria, outra coisa bem diferente é materializar as políticas públicas para solucionar o mais rapidamente o problema. O que significa na prática ter capacitação para acolher, tratar e inserir na sociedade, principalmente, crianças e jovens.
Temos poucas metodologias disponíveis para socorrer um dependente de substâncias psicoativas, em minha opinião os dois procedimentos mais produtivos são as internações para tratamento utilizando-se apenas a ciência, mais comum em Clínicas Particulares e o método misto, que concilia ciência e Deus utilizado pelas comunidades terapêuticas. Os demais procedimentos também são importantes e corroboram, mas por si só têm mais utilidade em situações emergenciais.
Não sei por que estamos perdendo tempo em falarmos sobre nternações de dependentes de substâncias psicoativas através do SUS, quando sabemos que a atenção psiquiátrica é um dos piores gargalos do Sistema Único de Saúde. Não há leitos para doentes mentais e não haverá números suficientes para acomodar a demanda advinda das drogas. Porém o mais grave é o poder público ainda não ter entendido que mesmo que houvesse leitos disponíveis não é o espaço físico adequado para acolher o dependente. Principalmente, o usuário de crack que apresenta não apenas transformações severas na sua aparência bem como graves alterações do humor, do caráter e princípios éticos, o que será motivos de grandes constrangimentos para ambos e muito mais para o doente comum.
Respeito à opinião de todos, mas não acredito que tenhamos condições de tratar um dependente fora do regime de internato, com o devido acompanhamento da família e fiscalização do poder público.
Há no nosso país boas clínicas e boas comunidades terapêuticas que são espaços criados para esse tipo de paciente que tem especificidades próprias. Também a controvérsia sobre a conveniência ou não da internação involuntária ou obrigatória é desnecessária, na prática já acontece esses tipos de intervenções. Para evitar prejuízos de toda ordem aos dependentes o imprescindível é, que haja seriedade por parte das autoridades competentes no cumprimento exigido pelas leis para que ocorram esses tipos de procedimentos, que em minha opinião são instrumentos que tem evitado muitas mortes. Estamos falando de dependência severa. Não há usuários esporádicos, essa é a ilusão na qual embarcam pessoas desinformadas que depois não conseguem mais desembarcar sem uma ajuda externa.
Concordo que com o aumento da demanda surgiram espaços tanto em clínicas particulares como em comunidades terapêuticas inidôneas. Pura fraude! Que precisa ser enfrentado e denunciado. Também nesses casos dependemos da fiscalização eficiente por parte das autoridades responsáveis pelo setor. Familiares ou responsáveis pelo dependente devem sempre fazer uma boa triagem antes de escolher o método de tratamento para seus queridos.
*Conceição Cinti - Advogada. Educadora. Especialista em dependentes de substâncias psicoativas. Com experiência de mais de 27 anos no tratamento de dependentes.
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